No passado dia 28 de Janeiro, os alunos da turma A do 9º ano e os da turma A do 8º ano, acompanhados pelos professores Artur Pais, de História, Helena Monteiro, de Educação Visual , Paulo Candeias de Ciências Físico-Químicas e Maria Rita Reis, professora bibliotecária, deslocaram-se a Lisboa para visitar o Museu de História de Arte da Fundação Calouste Gulbenkian e o Museu Militar. O céu estava muito azul e a cidade de Lisboa dava toda a razão àquela obra intitulada«O Azul do Zé», Texto de Chloé Siganos com ilustrações de Françoise Schein.
«Lisboa
Era uma vez um rapaz chamado Zé.
Um dia chegou a uma cidade azul que os grandes diziam ser branca. Nessa cidade todas as casas estavam cobertas de terra azul.Ele gostava dessa cor, já que era a cor do mar e do céu e também de tudo o que é infinito, simples e complicado ao mesmo tempo.Quando não há nada, tudo é azul.(...)
Ninguém tinha aprendido a conhecer o Zé. Através daquele pequeno corpo frágil,ninguém conseguia adivinhar todos os seus sonhos de evasão.Ninguém decifrava os seus doces olhos orientais, a sua vontade de partir para longe, muito longe, lá onde ninguém tinha ido. Ninguém podia saber o que é que se passava nos seus caracóis brilhantes embebidos de sol.
E, no entanto, alguém sabia.
Um dia, um senhor muito velho que só via de um olho, falou-lhe de um segredo que só ele podia descobrir: era o segredo do azul.»
in «O Azul do Zé».
Vamos tentar desvendar esse segredo.
in «O Azul do Zé».
Vamos tentar desvendar esse segredo.
No museu Calouste Gulbenkian foram autorizadas as fotografias desde que fossem tiradas sem flach, já no Museu Militar só à laia de excepção foram autorizadas algumas fotos.Seja como for, os visitantes trouxeram boas memórias do que observaram. Serão oportunamente expostos num cantinho da BE os relatórios a apresentar pelos alunos ao professor Artur Pais, organizador da visita.
No jardim da Gulbenkian, todos respirámos a calma necessária para as aprendizagens a que nos dispusémos.
Vamos adiantar alguma informação:
A exposição de História de Arte do Museu Calouste Gulbenkian intitulava-se «A Volta ao Mundo» e consistia num conjunto de peças da colecção particular do fundador da instituição, o Senhor Calouste Gulbenkian.Alguns dos objectos expostos já foram utilizados pelo senhor Gulbenkian na sua própria casa. É verdade, tapetes e peças de mobiliário deixaram de servir para proveito de uma família para passarem a parte de uma riquíssima colecção de História de Arte exposta num museu que facilmente pode ser visitado.
(BEM PERTINHO DAS CAMIONETES DA PRAÇA DE ESPANHA).
A exposição está organizada segundo uma ordem cronológica, a qual se relaciona com a época áurea de várias das civilizações representadas.
Antigo Egipto
Do Antigo Egipto de há cinco mil anos vimos uma taça encontrada num túmulo. Está datada de 2700-2600 aC.
Os mortos eram sepultados com objectos utilizados em vida, muitas vezes alusivos à profissão desempenhada.
Os túmulos requeriam algumas posses e só os ricos os podiam pagar. Os túmulos onde eram sepultados os mais abastados eram pintados com cores simbólicas, como o verde, simbolo da vida. No túmulo dos faraós, (filhos de Deus), o nome do morto registava-se em escrita hieroglífica e era protegido com uma cartela, uma mooldura. No Antigo Egipto, só os escribas e sacerdotes sabiam ler e escrever.
Vimos parte do túmulo de um sacerdote.
Na cultura egipcia, os gatos eram tidos como exelentes protectores pois comiam os roedores que danificavam os cereais.
A Deusa Gata, representada nesta escultura, datada da XXVI dinastia, era a deusa da beleza feminina, do lar, da protecção.
Grécia
Da civilização graga, observámos uma riquíssima colecção de moedas. Nestas encontram-se imagens de reis, de heróis, nomeadamente dos famosoa Jogos olímpicos.
As cidades estado, a democracia e os ideais artísticos e de beleza, eis os grandes emblemas desta civilização.
Cupido
Cenas do quotidiano: o Deus do Vinho e do Teatro, as Bacantes, tudo podemos observar num vaso muitíssimo bem conservado.
A deusa da caça,
Cupido
Cenas do quotidiano: o Deus do Vinho e do Teatro, as Bacantes, tudo podemos observar num vaso muitíssimo bem conservado.
Pérsia
Lindíssimos tapetes, ainda hoje fabricados, são um dos grandes marcos do legado persa.
Foi referida a Rota da Seda, ou seja, o transporte deste valioso tecido do Oriente para a Itália. Na arte persa, ao contrário do que sucede na egípcia e na grega, a representação humana não é permitida e, em lugar desta, vemos representações da natureza bem como motivos de figuras geométricas.
Civilização Muçulmana
A crença no paraiso transporta-nos para um clima de oração.
Pudémos ver um nicho de oração persa decorado com excertos do Alcorão.
Civilização Muçulmana
A crença no paraiso transporta-nos para um clima de oração.
Pudémos ver um nicho de oração persa decorado com excertos do Alcorão.
Vimos um lindíssimo painel dev azulejos da Turquia, o qual tinha como principal função evitar a atracção do calor pelas paredes das casas. Foram pois os muçulmanos que introduziram os azulejos em Portugal.
Vimos também uma lindíssima chaminé da Turquia toda revestida em azulejos.
Vimos também uma lindíssima chaminé da Turquia toda revestida em azulejos.
China
Os animais fantásticos, de que é grande exemplo o célebre dragão, bem como elementos diversos da natureza, são grandes símbolos da civilização Chinesa .
Um par de leões ou cães de FO, foi o que também identificámos em duas imponentes esculturas.
Japão
Na Civilização japonesa, a Festa em Honra da Cerejeira era justificação para o fabrico de caixas de piquenique, pratos, caixas de bolos, conjuntos para piquenique...
Peças dos séculos XVIII e XIX
Também se utilizavam caixas para utensílios de escrita:
Da China e do Japão, como se viu, os objectos expostos são, pois, de séculos bem recentes.
Passámos Idade Média Ocidental
Um livro de horas de 1450-1460, ou seja um livro para acompanhamento das praticas do catolicismo.
Lindíssimas iluminuras alusivas a cenas bibllicas;
Imagens de santos como a desta pintura em que vemos representada Santa Catarina( 1399-1400- Escola da Flandres)
A beleza era idealizada e os cenários eram observados o que nos remete para uma transição entre a Época Medieval e o Renascimemto.
O Nascimento de Cristo e a sua Adoração com a representação de cavalos, animais existentes no ocidente, em lugar de camelos, animais do mundo oriental. A viragem para o mundo real, para as realidades observáveis, característica do movimento renascentista, que surge em Itália, precisamente.
Apercebemo-nos de que as pessoas importantes pousavam para pintores como forma de obterem a promoção social.
Nesta fase, as pinturas eram de ateliê, não de observação, sendo as paisagens inventadas.
Esta escultura mostra-nos luís XIV, o Rei Sol, que, a fim de controlar todas as novidades artísticas, mandou edificar o Palácio de Versailles, em Paris.
As desigualdades sociais estão presentes numa pintura em que podemos observar os senhores e os criados arranjando os jardins do Palácio de Versailles.
Apercebemo-nos de seguida da Arte Barroca na qual a talha dourada era muito utilizada. também o motivo de animais exóticos era uma catracterística desta corrente artística.
Sabiam que, além de servir o propósito da distinção social, as cabeleiras brancas serviam para cobrir as cabeças rapadas por causa dos piolhos?!Era grande a falta de higiene entre os senhores da nobreza, imaginem como seria entre a plebe. A grande diferença era o uso dos famosos perfumes franceses só pelos endinheirados, obviamente.
Entrando no período do Iluminismo, confrontamo-nos com o gosto pelas novas ciências, pelas artes.
Retrato de Duval de LÉpinoy 1704-1788
Passando ao Romantismo, sec.XIX, sentimos o gosto pela representação das forças da Natureza.
São comuns as cenas de naufrágios, por exemplo, como a deste «Naufrágio de um Cargueiro», de Inglaterra
.
A Arte Nova mostra-nos a mulher de forma simbólica.
Com a Revolução Industrial, as tintas passaram a ser produzidas em fábricas e não em ateliês pelo que os pintores se podiam dar ao luxo de observar paisagens que pintavam no próprio local de observação.
Paisagem de Outono de Rousseaus Théodore(1812-1867)
Passámos ao Museu Militar, não sem antes percorrermos mais espaços da nossa Lisboa Azul.
O Museu Militar de Lisboa é o mais antigo da capital portuguesa. Começou a ser organizado em 1842, no «arsenal Real do Ezersito», pelo Barão de Monte Pedral, com a finalidade de guardar «os modelos de machinas, apparelhos e objectos raros e uriosos». Foi denominado Museu de Artilharia até 1926, quando passou a chamar-se Museu Militar.
O Museu encontra-se instalado num edifício cheio de História.
D.Manuel I havia mandado edificar no local as Tercenas das Portas da Cruz, conjunto de armazéns para guardar o material de guerra, e de oficinas de fabrico de pólvora e fundição de canhões.
Do edifício, após um violentom incêndio, em 1726, e do terramoto de 1755, restou apenas o pórtico da entrada.
Em 1760, D JoséI ordenou a reconstrução do edifício estabelecendo salas de armas(andar nobre) e oficinas(baixos do edifício).
Nos finais do século XIX, e início do século XX, o seu primeiro director, General José Eduardo Castelbranco, para apoiar a exposição de peças, fez decorar novas salas com trabalhos dos nossos melhores artistas da época. Assim, este museu é, pois, rico em pinturas, estatuária e azulejaria, grandes obras de arte, portanto.
A primeira sala visitada foi a Sala Vasco da Gama.
Vasco da Gama foi, como devem saber, o capitão da primeira Armada a chegar à Índia.
Lindíssimas imagens pintadas nas paredes desta grandiosa sala relatam a também magestosa viagem.Numa das pinturas, vemos Vasco da Gama a ser levado em triunfo por Néptuno no seu carro puxado pelos hipocampos, figuras mitológicas. Na frente, sereias e tritões vão aplacando a tempestade.
Canhões, muitos canhões expostos nesta sala: boca de fogo, águias, esfera, camelete, espalhafatos, áspide, bombarda grossa, falcão, são alguns dos seus nomes. Num grande canhão, denominado canhão tigre, vemos representado um tigre exótico com a inscrição«Eu sou um tigre esforçado, por onde me mandam passo»- assustador, não vos parece? A esfera armilar, a flor de lis e a cruz de Cristo são três grandes símbolos nele gravados.
O Montante Flamejante de duas mãos foi a arma utilizada por Vasco da Gama, como a sua medida é de 1,75m, depreendemos ter sido essa a altura do seu utilizador.
Sobémos que só os mais importantes é que recebiam salário antes de partir para o mar, pois todos os outros eram «carne para canhão».
Ainda nesta sala, é possível observar uma pintura dedicada ao Gigante Adamastor, outra à acalmia das águas a pedido da deusa Vénus e outra ao Consílio dos deuses. Todas da autoria de Carlos Reis, séc.XX.
Atenção, quando forem ler Os Lusíadas recordem esta sala.
Passámos à Sala dedicada a Vimara Peres, que era um FidalgoGalego que veio a Portugal a mando de Afonso III para expulsar os mouros do Douro aquando da Reconquista em 868. Por isso os naturais de Guimarães são os Vimarenses. Guimarães resultou, pois, de um Burgo fundado por Vimara Peres.
Na Sala dedicadas às Invasões Francesas,vimos um sabre levado para França por Napoleão, carabinas, dragonas de oficiais para as festividades, balas encontradas na Batalha da Roliça, em Agosto de 1808, um retrato de D João VI, e pinturas alusivas à passagem dos franceses pelos vários locais do nosso país.
Na Sala dedicada à República, vimos uma escultura da República de Francisco dos Santos, pertences de figuras importantes da República, como Craveiro Lopes e João de Almeida, tendo este último sido reconhecido tanto na Monarquia como na República.
Na Sala da Grande Guerra, vimos pinturas alusivas às trincheiras, aos caminhos de ninguém, vimos as fardas usadas pelos nossos soldados, de inspiração alentejana, excelentes para se fazer frente ao imenso frio que então se fazia sentir na Flandres. Bastante gozados foram os nossos soldados pelos alemães que ao verem estas fardas diziam:«mee, mee, meee»
Reprodução de um mensageiro, pelas terras de ninguém.
Reprodução de um soldado português com a sua farda alentejana.
As pinturas que relatam a guerra em terras da Flandres, resultam do trabalho de um repórter de guerra, Sousa Lopes.Com base nos esboços elaborados à laia de reportagem, foram executadas composições nas paredes de uma das mais imponentes salas do museu.
Na Batalha de La Lis, perdemos cerca de 8000 homens.
Vimos um estandarte da bandeira portuguesa devolvido por Hitler, em 1935. Na bandeira ainda se pode ver sangue.
Nesta sala também vimos uma réplica do Soldado Desconhecido.
Soubémos de algumas inovações culturais trazidas pela guerra: as metralhadoras, as gillettes( inventadas pelo senhor Gillette)...
Na Sala da Época Medieval, vimos réplicas de armaduras, cavalos e cavaleiros, o elmo verdadeiro de D.JoãoII e a Armadura de D.Sebastião aos dez anos.
Na Sala dedicada à época do Domínio Filipino,soubémos que D.João IV doou a corôa à Nossa Senhora da Conceição por termos conseguido a Independência e que, desde então, os reis deixaram de usar corôa na cabeça.
Na Sala dedicada a D. José I, referiu-se a reconstrução da Cidade de Lisboa após o terramoto de 1755 e, particularmente, a reconstrução do próprio museu o qual já fôra uma fábrica de fundição de armamento. Nessa fábrica foram fundidas 35 toneladas de metal só para o cavalo da estátua de D.José, na Praça do Comércio.
Na Sala de D. João V, o Magnânimo, apercebemo-nos da construção do Aqueduto das Águas Livres e do Convento de Mafra, construções ordenadas por este rei.
Na Sala de Afonso de Albuquerque, 1º Vice Rei da índia, vimos o Deus Vulcano, em estátua e a deusa Vénus, também em estátua.
Pudémos ainda observar uma maquete do Palácio-Fortaleza dos vice-reis em Goa.
Passámos pela Sala dos Capacetes e pela Sala das Miniaturas
Aqui vimos peças em miniatura que serviam para testagem ou seja, caso não funcionassem, não seriam reproduzidas em tamanho adequado.
Na Sala dedicada às Lutas Liberais, observámos pinturas em que facilmente se reconhecem os reis D.Pedro e D.Miguel.Nesta sala está assinalado o fim da escravatura em Portugal.
Na sala Camões, pudémos ler inúmeras estrofes d'Os Lusíadas e apreciar diversas pinturas de cenas do poema épico da autoria do pintor Columbano Bordalo Pinheiro.
Na Sala Infante D.Henrique, vimos uma estátua do Infante.
Na Sala D.Nuno Álvares Pereira,soubémos que a sua espada foi encontrada depois do terramoto de 1755 nos escombros do Convento do Carmo. Observámos uma maquete onde foi fácil entender a Táctica do Quadrado, estratégia utilizada na Batalha de Aljubarrota, da qual os Portugueses saíram claramente vencedores.
Na parte exterior do edifício, ficámos a conhecer a antiga fábrica de fundição onde era trabalhado inicialmente o ferro e numa fase posterior o cobre.
Este carro transportou as pedras do Arco da Praça do Comércio
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